Como anda o seu ciclo menstrual?

Como anda o seu ciclo menstrual? A mínima mudança e irregularidade, além de preocupar, pode significar que alguma coisa não está certa na sua saúde. Habitualmente, o nosso ciclo menstrual é de 28 dias, mas podemos considerar normal qualquer duração entre 21 e 35 dias. Períodos maiores ou menores que isso precisam ser melhor investigados. Durante o ciclo menstrual, o nosso corpo fisiologicamente prepara-se para uma possível gravidez. A regularidade ou a irregularidade são bons indicadores de como anda o nosso corpo. Cada mulher, em sua individualidade, pode ter seu ciclo diferenciado, e em geral a gente se conhece, não é mesmo? Diversos fatores podem ser responsáveis pelo atraso ou irregularidade menstrual. Além da gravidez, claro. O estresse e a ansiedade podem fazer com que a mulher não ovule em determinado mês, alterando o ciclo. Infecções e viroses, e também medicamentos para tratamento destas condições podem alterar. Ganho ou perda de peso muito rápida podem desregular a menstruação, em especial pela influência dos níveis de estrogênio na ovulação. Os distúrbios de tireóide e da prolactina estão entre os transtornos hormonais mais comumente relacionados a alteração menstrual. A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) altera o ciclo menstrual pelo excesso de produção de androgênios. E a menopausa, geralmente ocorrendo entre 45 e 55 anos, com a falência ovariano. Ao indício de um ciclo irregular, procure um@ ginecologist@, converse e faça exames. Compartilhe com uma amiga pra que ela também fique atenta ao seu ciclo menstrual! No próximo post sobre Ginecologia, falaremos um pouco sobre a TPM e de algumas dicas pra controlar os sintomas mais desconfortáveis. Até o próximo!  

Vacinas Importantes para a Mulher

O Brasil tem um dos programas vacinais mais abrangentes e completos do mundo. Dados mais recentes mostram cerca de 67 milhões de pessoas vacinadas, em todas as faixas etárias, sejam adultos, crianças ou gestantes, além dos chamados grupos especiais. Atualmente o Sistema Único de Saúde oferece diversos tipos de vacinas, atendendo as recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. Outras vacinas, ainda não incorporadas ao SUS, também estão disponíveis no Brasil, no sistema privado. É comum que não haja preocupação entre as mulheres adultas com a vacinação, tanto por preocupações relacionadas com a segurança desta intervenção, quanto por pensarmos somente nas vacinações dos nossos filhos. As vacinas existentes são totalmente seguras, e cabe a nós, médicos, também educarmos os adultos da necessidade de se manter o calendário vacinal em dia. No caso das mulheres, geralmente a ação educativa ficará a cargo d@ ginecologista, ajudando assim a mulher numa rotina saudável, e se for de desejo, cuidados perinatais de menor risco também. Nas mulheres, o período da gravidez merece atenção especial, pois a transmissão perinatal pode representar uma via de transmissão importante para algumas doenças, podendo causar sequelas e até mesmo óbito neonatal. Muitas destas condições são passíveis de prevenção através da imunização prévia, protegendo mãe e bebê.  Além da proteção da transferência de anticorpos via placentária, também pode conferir proteção através da amamentação, posteriormente. Confiram algumas vacinas dicas que devemos estar atentas:
  • HPV: na rede pública, está disponível para meninas dos 9 aos 14 anos, em duas doses com intervalo de 6 meses. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia (FEBRASGO) e a Sociedade Brasileira de Imunizações recomendam a vacinação dos 9 aos 45 anos e a critério médico mesmo fora desta faixa etária. O SUS também realiza a vacinação até os 26 anos em pacientes HIV +, transplantados de órgaõs sólidos e de medula óssea, e em pacientes oncológicos, mediante prescrição médica.
A partir dos 10 anos de idade, dependendo do histórico vacinal anterior, pode haver necessidade também:
  • Meningogócica C (protege contra a meningite e suas complicações), indicada dos 11 aos 14 anos.
  • Hepatite B: indicada se esquema vacinal desconhecido ou incompleto, inclusive na gestação.
  • Febre Amarela: em dose única, se não foi vacinada.
  • Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola): principalmente se esquema incompleto na infância.
  • Dupla Adulto (Difteria e Tétano): reforço a cada 10 anos, inclusive na gestação.
Todas as mulheres entre 20 e 59 anos, devem estar atentas as vacinas de Hepatite B, febre amarela, dupla adulto e tríplice viral. Após 60 anos:
  • Influenza (gripe): no período de campanha anual de vacinação. Gestantes, pacientes oncológicas (desde que autorizadas pel@ médic@) e aquelas que estão em grupos especiais também devem receber esta vacina.
  • Atentar também para as vacinas que falei no grupo dos 20 aos 59 anos.
Confiram também o calendário vacinal para 2020, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (exceto para gestantes):  

Exercício & COVID-19

O exercício pode não ser a preocupação principal pra muita gente nesse momento da pandemia. Mas você sabia que a atividade física pode ser uma ferramenta valiosa para auxiliar a controlar as infecções por COVID-19 e manter a qualidade de vida? A atividade física ajuda a prevenir e tratar muitas condições de saúde, não só física mas também mental, melhorando o funcionamento de vários sistemas fisiológicos. E nesse momento do Coronavirus, existem algumas particularidades. Primeiro, a atividade física tem o potencial de reduzir a gravidade das infecções por COVID-19. Isso pelo que acontece nos pulmões durante uma infecção. O sistema imunológico detecta o invasor do vírus nos pulmões e o ataca, e esse conflito cria inflamação. Essa inflamação causa danos ao tecido pulmonar que interferem na respiração e podem se tornar graves o suficiente para exigir intervenções, como a intubação e o uso de ventilação mecânica. Como isso pode ser importante em relação a atividade física? Quando você está ativo, os músculos produzem substâncias que melhoram o funcionamento do sistema imunológico e reduzem a inflamação. Assim, a atividade física fortalece dois processos biológicos que reagem à infecção. Sabemos disto pois os efeitos do exercício sobre a imunidade, inflamação e infecções respiratórias virais estão bem documentados, apesar de não terem sido documentados em pacientes com COVID-19. Como os músculos representam cerca de 30-40% do peso corporal, eles podem ser aliados no combate ao impacto da infecção, mas apenas quando os músculos estão sendo usados. Vale ressaltar que a atividade física de intensidade moderada, como caminhar, por exemplo, tem o melhor impacto, mas exercícios vigorosos, como correr uma maratona, reduzem temporariamente a imunidade. O aumento da atividade física para reduzir o número de pessoas infectadas que necessitem de hospitalização pode ajudar a reduzir a sobrecarga dos sistemas de saúde. Segundo, a atividade física é eficaz para prevenir e tratar doenças crônicas, como cardiopatias, diabetes e diversos tipos de câncer, os quais aumentam o risco de doenças graves e morte entre os infectados pelo coronavírus. Embora a atividade física seja amplamente recomendada pelas autoridades de saúde, os esforços para promover mudanças do estilo de vida em geral são mínimos. Faz mais sentido ainda incentivar as pessoas, especialmente aquelas com condições crônicas, a serem moderadamente ativas antes de serem infectadas, de modo a reduzir a gravidade da doença caso ocorra a infecção. Como a atividade física tem efeitos imediatos na imunidade e na inflamação, da mesma maneira que tomar um medicamento diariamente, as pessoas podem reduzir o risco de infecções virais graves e o risco de várias doenças crônicas, simplesmente fazendo uma caminhada diária. Nunca é tarde demais para que as pessoas se beneficiem da realização de atividade física moderada. Terceiro, os sintomas de estresse aumentarão. Pela pandemia, pela ameaça à saúde, por questões econômicas, perda de emprego, renda, pelo próprio isolamento. Ser fisicamente ativo tem importantes benefícios à saúde mental e incentivar as pessoas a serem ativas pode ajudar muitos a lidar com as questões emocionais também. A atividade física reduz os sintomas de depressão e ansiedade, portanto, pode funcionar como um antídoto ao estresse da pandemia. Pode funcionar para alguns como uma terapia. A atividade física mais comum é a caminhada, que é gratuita, acessível para a maioria das pessoas de todas as idades e em geral consegue manter o distanciamento social. Quarto, a resposta do corpo ao estresse psicológico cria desequilíbrios entre o cortisol e outros hormônios que afetam negativamente o sistema imunológico e a inflamação. Equilibrar os níveis de cortisol significa beneficiar o sistema imunológico e a resposta a inflamação. As estratégias mais eficazes para melhorar o equilíbrio do cortisol são controle do estresse, por práticas diversas, como a meditação por exemplo, e a atividade física. Pessoas mais idosas alteram fisiologicamente o cortisol, e têm o sistema imunológico mais fraco, então nessa população, considerada de alto risco para a COVID-19, a atividade física pode ser particularmente importante. As ações mais importantes agora, pensando na pandemia, são reduzir a disseminação do coronavírus através do distanciamento social, lavagem frequente das mãos e evitar tocar no rosto. No entanto, devido aos seus múltiplos benefícios, a atividade física não deve ser deixada de lado. Ser ativo é importante. As pessoas precisam conhecer as ações que podem tomar para ajudar a reduzir o risco de infecções graves e reações estressantes à pandemia. Pessoas sedentárias apresentam risco maior de doenças relacionadas a inatividade, e questiona-se o impacto da atividade física regular na gravidade da doença entre infectados pelo coronavírus. Há muitas evidências, em estudos com demais quadros infecciosos e avaliando sistema imunológico, que a atividade física moderada poderia contribuir para reduzir a gravidade da doença por COVID-19 e melhorar a qualidade de vida antes e após a infecção. Faltam estudos específicos em pacientes com COVID-19, até por ser um quadro recente. Sejamos, no entanto, prudentes. Devemos encorajar a prática de atividade sempre, e neste momento da pandemia não seria diferente. Na medida do possível, o que você puder fazer em casa, faça. O fechamento de parques, academias e praias dificulta a atividade das pessoas. Pode ser necessário um monitoramento dos locais ao ar livre para garantir que as pessoas mantenham um distanciamento social seguro. Segundo o Informe 4 da Sociedade Brasileira de Medicina e Esporte, a recomendação é que em localidades onde não haja proibição legal decretada por autoridade competente, a melhor recomendação é a realização individual da prática de atividade física e, de preferência, isoladamente, sempre evitando aglomerações e com o maior distanciamento social possível. Muita gente nem imagina o potencial que o exercício tem de ajudar o sistema imunológico, em doses corretas, e sem exageros. Qualquer tipo de atividade moderada agradável, dentro ou fora de casa, é excelente para mente e corpo. Ir para uma caminhada ao ar livre pode ser um ponto alto do dia para milhões de pessoas, e pode nos ajudar a superar essa pandemia, preservando o máximo de qualidade de vida possível. Sem aglomerações. De preferência, sozinh@. De resto, se puder, fique em casa.
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